sexta-feira, 4 de junho de 2010

Isso é relativo...



Nunca como agora compreendi tão bem porque chamam a esta a era do Relativismo.
Antigamente, como agora, nada era exactamente o que parecia. E o que parecia ser, muitas vezes, não o era. Mas será que, no entanto, sempre o foi encapotadamente?
E se vivemos hoje mais apáticos, numa generalizada anomia social, nem por isso acho que vivamos "filosoficamente" pior do que as gerações anteriores. Todas elas são marcadas por difíceis transições, por batalhas complexas e, agora como nunca, cada vez mais interdependentes, globais e relativas.
Se o Relativismo tem inconvenientes, incita ao individualismo, afasta-nos (aparentemente) da essência e parece confundir-nos com intermináveis brain-stormings acerca de tudo, ao mesmo tempo, tem (creio) como vontade intrínseca clarificar e atribuir verdade aos nossos actos e relações.
Há quem diga que as coisas já não são o que eram.
Eu, mais que tudo, continuo a achar que elas aparentavam ser algo que não eram...
Agora, simplesmente nos adaptamos à realidade no seu infinito relativismo. E isso assusta-nos!
Precisamos de perder esse medo, reflectir as mudanças e aplicá-las na prática, ao nosso quotidiano. Porque afinal esta é só mais uma mudança natural. Felizmente, menos mística e obscura que as anteriores, e portanto, mais humana. Para o bem e para o mal.
Criar, recriar, reciclar conceitos, numa época despojada de paradoxos estanques, é a hercúlea tarefa a ser cumprida pela minha geração.

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